Rita de Cássia engordou 40 kg para fazer a cirurgia e hoje sofre de problemas de locomoção. Foto: Cristiane Silva/DP/D.A Press
Uma nova denúncia de suposto erro médico põe em xeque novamente a atuação do cirurgião Gustavo Menelau de Souza. A dona de casa Rita de Cássia Oliveira, 27 anos, afirma que a gastroplastia realizada em janeiro de 2008 apresentou complicações, porém os sintomas teriam sido tratados pelo médico apenas como “ansiedade”. O caso foi tratado pelo médico da mesma forma do relatado por familiares de Fernanda Patrícia Nóbrega, que morreu aos 26 anos, em 2 de novembro do ano passado, quatro dias depois de ter se submetido à redução do estômago realizada por Menelau. O médico foi indiciado por homicício culposo (sem intenção de matar) nesse caso. O inquério apontou negligência. Após o indiciamento, outras supostas vítimas passaram a procurar o Conselho Regional de Medicina (Cremepe).
De acordo com Rita de Cássia, a gastroplastia foi realizada por recomendação médica para acabar com crises de apneia. Na época, ela tinha 80kg. Segundo relatou ao Diario, foi obrigada a engordar até chegar perto dos 120kg. Cinco dias após a primeira cirurgia, precisou fazer outra de urgência devido a sintomas como dores abdominais e febre constante. “Outro médico me salvou. Mesmo assim, fiquei com sequelas por conta de tromboses. São dores insuportáveis nas pernas”, relatou a dona de casa, que anda com dificuldades. A depressão foi outro sintoma que surgiu.“Me senti uma caveira. Até hoje não consigo comer nada pesado, pois passo mal. Também me sinto muito cansada, perdi o emprego porque não tinha como trabalhar”, completou.
Mãe da paciente Simone Ferreira, que faleceu, luta por Justiça. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press |
No mês passado, após a repercussão envolvendo o nome do médico, Rita tomou coragem para registrar um boletim de ocorrência na Delegacia do Cordeiro, que abriu inquérito. Também esteve no Cremepe, onde registrou queixa. O próximo passo será entrar na Justiça com pedido de indenização. Pelo menos mais duas famílias também pediram investigação contra o cirurgião. Uma delas é a da pedagoga Simone Patrícia Ferreira, que morreu em julho de 2009, aos 37 anos, depois de ser aconselhada a engordar 10 kg para passar pela redução do estômago. A assessoria do Cremepe informou que a sindicância que analisa possíveis irregularidades do médico está em andamento.
O inquérito que indiciou Gustavo Menelau por homicídio culposo está com a promotora Christiane Roberta Santos. A assessoria do Ministério Público informou que ela solicitou diligência à Coordenadoria Ministerial de Apoio Técnico sobre os laudos emitidos pelo médico. Só depois irá decidir se denunciará o caso à Justiça ou pedirá arquivamento.
Fonte:www.diariodepernambuco.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário