Os gêmeos siameses que nasceram ligados pelo abdômen, no Recife, poderão ser separados, mas ainda não há data para a cirurgia acontecer. Segundo os médicos que estão acompanhando Davi e Saulo no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), eles receberão um expansor de pele que vai prepará-los para o procedimento definitivo de separação. A confirmação da técnica foi dada ontem, quando as crianças passaram por exames no hospital. Agora, os médicos aguardam apenas a chegada do equipamento que está em falta no mercado nacional para agendar a operação.
Na consulta de ontem, na Clínica de Cirurgia Plástica do Imip, os gêmeos foram medidos para poderem receber os expansores de pele mais adequados. De acordo com o cirurgião plástico Rui Pereira, que se pronunciou através de nota, deverão ser implantados quatro expansores nos bebês, sendo dois de cada lado. Para colocá-los, será feita uma cirurgia de pequeno porte, mas que precisa de anestesia geral, com duração prevista de duas horas. Depois disso, os bebês têm que esperar de dois a três meses para poderem fazer a separação. Desde o início do ano, os expansores estão em falta no mercado brasileiro e, por isso, os médicos não deram previsão de quando o implante será realizado.
Davi e Saulo nasceram no dia 13 de maio no próprio Imip. Quando estava no quinto mês de gravidez, a mãe Karine Ramos de Medeiros, 26 anos, descobriu que os filhos estavam agarrados pela barriga. Somente quando nasceram é que os médicos identificaram que os siameses dividiam o mesmo fígado. Outras alterações orgânicas, caso existam, só poderão ser verificadas no momento da cirurgia para separação dos corpos.
Como vivem “abraçados”, a vida de Davi e Saulo, que têm dois meses, é repleta de limitações. Por não conseguirem mamar, tomam leite industrializado na mamadeira. A mãe também precisa de ajuda de outro adulto para dar banho nos dois e até remédios comuns para crianças, como os para febre, não podem ser administrados por conta da sensibilidade do fígado. Karine tem mais dois filhos que moram com ela. Zeus, 1 ano, e João Victor, 4, também tem problemas de má formação genética. Ela e o marido, Wilton Carlos Silva de Souza, 30, estão desempregados e a família, que vive num casebre alugado no Alto de Santa Terezinha, Zona Norte do Recife, precisa de doações para manter os filhos. Eles necessitam de fórmula NAN 1, fraldas, roupinhas e produtos de higiene pessoal. Cestas básicas e leite para os irmãos mais velhos também são bem-vindas. Quem quiser ajudar a família pode entrar em contato pelos telefones 8320-0659 e 8530-1202.
fonte. Diario de Pernambuco
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