sábado, 1 de janeiro de 2011

1º DE JANEIRO

Em posse, Eduardo Campos cita de Miguel Arraes a Gilberto Freyre

Publicado em 01.01.2011, às 13h36

Do JC Online
Eduardo Campos tomou posse neste sábado, em cerimônia na Alepe
Eduardo Campos tomou posse neste sábado, em cerimônia na Alepe
Foto: Alexandre
No primeiro dia do ano, o governador reeleito por Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), reafirmou o compromisso de administrar o Estado sem levar em consideração as filiações partidárias.  O socialista tomou posse neste sábado (1º), na Assembleia Legislativa de Pernambuco, em cerimônia rápida, e seguiu para Brasília, onde acompanha a posse da primeira presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff (PT).
Um dos momentos que vale destacar foi a chegada do governador na Alepe. Ele foi recebido por fogos de artifício e caboclos de lança e depois pela Guarda de Honra da Polícia Militar, acompanhado da primeira-dama Renata Campos e dos quatro filhos. O convite para os lanceiros do Maracatu da Cidade Tabajara (Olinda) foi feito pelo Cerimonial do Palácio do Campo das Princesas. O grupo é liderado por Gilson Salustiano, filho do Mestre Salu. Eduardo entrou na Casa Joaquim Nabuco sob o som de Asa Branca e foi muito aplaudido. Logo depois, ao lado do vice-governador João Lyra Neto, prestou compromisso constitucional.  

Eduardo e o presidente da Alepe, Guilherme Uchoa (PDT), foram os únicos a discursar. Uchoa exaltou o primeiro mandato do governador, afirmando que a melhor definição para os primeiros quatro anos de mandato do socialista é "eficiência".
Guilherme, aliado do governador, lembrou a última pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, que apontou Eduardo como o governador mais bem avaliado do País, com uma aprovação de 80%, que reflete o resultado das urnas - o governador foi reeleito com 82,84% dos votos válidos. "Se esses resultados, por um lado, enaltecem seu trabalho, por outro, conferem ainda mais cobrança e, consequentemente, responsabilidade para este segundo mandato", afirmou o presidente da Alepe.
Logo depois, Eduardo começou a falar. O discurso foi dividido em dois momentos: primeiro, uma prestação de contas do que foram os últimos quatro anos e depois o que espera para o próximo mandato. Citou o pai escritor Maximiano Campos, o avô e ex-governador do Estado, Miguel Arraes, e também o sociólogo Gilberto Freyre.  "Há quatro anos, fui trazido pelos ventos da mudança e embalado pela generosa esperança de milhares de pernambucanos e pernambucanas, que acreditaram que era chegado o momento de construir um novo Pernambuco. Desde então, meu compromisso foi retribuir tamanha confiança com trabalho. E trabalhamos com muito gosto", disse o governador, afirmando que a "vitória é desafiadora".
Sou tocado pelo sentimento de compromisso com o meu povo, que me distinguiu pela segunda vez para comandar os destinos de Pernambuco
Eduardo usou o termo "jamais visto em Pernambuco" para ilustrar a fase de crescimento em que vive o Estado , frase bem parecida com a típica "nunca antes na história deste País" do presidente Lula nos oito anos em que ocupou a presidência da República. "Conseguimos concentrar tempo e energia para retirar Pernambuco das listas e rankings negativos onde costumava figurar. Tiramos Pernambuco do pódio do desemprego, da violência e dos piores indicadores sociais, inclusive na educação e na saúde e, assim, recuperamos o direito de Pernambuco ter futuro. Fizemos o maior conjunto de investimentos em água e saneamento da história de Pernambuco", ressaltou.
"Agora é hora de falar do futuro" - Foi com esta frase que Eduardo iniciou a "segunda parte" do seu discurso, citando aspas de Miguel Arraes, pronunciadas há 48 anos, na mesma tribuna, em 1962, quando assumiu seu primeiro mandato como governador. "Nós não temos os olhos presos ao passado, não temos saudade do passado. Guardamos dele aquilo que nos ajuda a ampliar nossas perspectivas, todas elas projetadas no futuro". O socialista completou afirmando que "era imperioso deixar no passado as velhas brigas". Esse foi o tom de Eduardo nas duas campanhas que o levaram ao Palácio. 

O socialista reforçou que era precisa concluir e iniciar a operação dos grandes projetos estruturadores do Estado, como a Refinaria Abreu e Lima; a transposição das águas do Rio São Francisco; a ferrovia Transnordestina; a montadora da Fiat; a siderúrgica; os novos estaleiros; o pólo petroquímico. Segundo o governador, Pernambuco vive, de fato, sua verdadeira reindustrialização.
Aproveitou o momento para agradecer a parceria com o governo Lula, que garaniu grande parte dos recursos do Estado nos últimos quatro anos, e garantiu que manterá o mesmo relacionamento com a presidente Dilma. "A presidenta Dilma terá do governador de Pernambuco e de seu povo, o apoio, a colaboração e o incentivo, em todos os momentos, da mesma forma que temos certeza de que Sua Excelência reservará aos pleitos, projetos e interesses do nosso Estado, a mais dedicada atenção", afirmou. 

O único momento de emoção ficou para a hora do agradecimento à família. Depois da cerimônia na Alepe, Eduardo passou a tropa da PM em revista acompanhado do sempre presente filho José. Aos jornalistas, disse não temer os cortes no orçamento pelo governo Dilma. "Eles não vão tocar as obras pactuadas. Com certeza, vamos ter as parcerias seguindo, as obras sendo tocadas, porque Pernambuco fez o dever de casa, neste últimos quatro anos. Vamos multiplicar por quatro a nossa capacidade de investimentos. 2011 vai ser um bom ano", afirmou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário