quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Nova denúncia contra cirurgião Dona de casa afirma ter ficado com sequelas após passar por gastroplastia feita por Gustavo Menelau


Rita de Cássia engordou 40 kg para fazer a cirurgia e hoje sofre de problemas de locomoção. Foto: Cristiane Silva/DP/D.A Press

Rita de Cássia engordou 40 kg para fazer a cirurgia e hoje sofre de problemas de locomoção. Foto: Cristiane Silva/DP/D.A Press

Uma nova denúncia de suposto erro médico põe em xeque novamente a atuação do cirurgião Gustavo Menelau de Souza. A dona de casa Rita de Cássia Oliveira, 27 anos, afirma que a gastroplastia realizada em janeiro de 2008 apresentou complicações, porém os sintomas teriam sido tratados pelo médico apenas como “ansiedade”. O caso foi tratado pelo médico da mesma forma do relatado por familiares de Fernanda Patrícia Nóbrega, que morreu aos 26 anos, em 2 de novembro do ano passado, quatro dias depois de ter se submetido à redução do estômago realizada por Menelau. O médico foi indiciado por homicício culposo (sem intenção de matar) nesse caso. O inquério apontou negligência. Após o indiciamento, outras supostas vítimas passaram a procurar o Conselho Regional de Medicina (Cremepe).

De acordo com Rita de Cássia, a gastroplastia foi realizada por recomendação médica para acabar com crises de apneia. Na época, ela tinha 80kg. Segundo relatou ao Diario, foi obrigada a engordar até chegar perto dos 120kg. Cinco dias após a primeira cirurgia, precisou fazer outra de urgência devido a sintomas como dores abdominais e febre constante. “Outro médico me salvou. Mesmo assim, fiquei com sequelas por conta de tromboses. São dores insuportáveis nas pernas”, relatou a dona de casa, que anda com dificuldades. A depressão foi outro sintoma que surgiu.“Me senti uma caveira. Até hoje não consigo comer nada pesado, pois passo mal. Também me sinto muito cansada, perdi o emprego porque não tinha como trabalhar”, completou.
Mãe da paciente Simone Ferreira, que faleceu, luta por Justiça. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Mãe da paciente Simone Ferreira, que faleceu, luta por Justiça. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

No mês passado, após a repercussão envolvendo o nome do médico, Rita tomou coragem para registrar um boletim de ocorrência na Delegacia do Cordeiro, que abriu inquérito. Também esteve no Cremepe, onde registrou queixa. O próximo passo será entrar na Justiça com pedido de indenização. Pelo menos mais duas famílias também pediram investigação contra o cirurgião. Uma delas é a da pedagoga Simone Patrícia Ferreira, que morreu em julho de 2009, aos 37 anos, depois de ser aconselhada a engordar 10 kg para passar pela redução do estômago. A assessoria do Cremepe informou que a sindicância que analisa possíveis irregularidades do médico está em andamento.

O inquérito que indiciou Gustavo Menelau por homicídio culposo está com a promotora Christiane Roberta Santos. A assessoria do Ministério Público informou que ela solicitou diligência à Coordenadoria Ministerial de Apoio Técnico sobre os laudos emitidos pelo médico. Só depois irá decidir se denunciará o caso à Justiça ou pedirá arquivamento.

Fonte:www.diariodepernambuco.com.br
 

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